terça-feira, 9 de julho de 2013


Nesta quinta-feira, às 18h, no campus da UNIFESP-Guarulhos (sala 08): palestra do queridíssimo amigo, poeta e ensaísta Dirceu Villa, sobre o ABC do Pound. Imperdível!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Who ever thinks or hopes of love for love...?

Partitura fotografada de The Booke of Ayres (1597), de John Dowland


A letra dessa canção é um poema de Fulke Greville, poeta por mim tão adorado... Dá pra ouvir uma versão com vozes e alaúde neste vídeo, no You Tube:


E fica a dúvida do que é mais encantador, se música ou poesia...

Enjoy! ;)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ó inconstância mundana: Roma é, de Roma, o único monumento

Joachim du Bellay, 1525-1560



Início de Les Antiquités de Rome, de Joachim du Bellay, c. 1557:


Nouveau venu, qui cherches Rome en Rome
Et rien de Rome en Rome n’aperçois,
Ces vieux palais, ces vieux arcs que tu vois,
Et ces vieux murs, c’est ce que Rome on nomme. 
 
Vois quel orgueil, quelle ruine : et comme
Celle qui mit le monde sous ses lois,
Pour dompter tout, se dompta quelquefois,
Et devint proie au temps, qui tout consomme.
 
Rome de Rome est le seul monument,
Et Rome Rome a vaincu seulement.
Le Tibre seul, qui vers la mer s’enfuit,
 
Reste de Rome. Ô mondaine inconstance !
Ce qui est ferme, est par le temps détruit,
Et ce qui fuit, au temps fait résistance.
 
Sacrés coteaux, et vous saintes ruines,
Qui le seul nom de Rome retenez,
Vieux monuments, qui encor soutenez
L’honneur poudreux de tant d’âmes divines:
 
Arcs triomphaux, pointes du ciel voisines,
Qui de vous voir le ciel même étonnez,
Las, peu à peu cendre vous devenez,
Fable du peuple et publiques rapines
 
Et bien qu’au temps pour un temps fassent guerre
Les bâtiments, si est-ce que le temps
Œuvres et noms finablement atterre.
 
Tristes désirs, vivez doncques contents:
Car si le temps finit chose si dure,
Il finira la peine que j’endure.



E os romanos, ubi sunt?


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Ezra Pound, tela de Wyndham Lewis, 1938–39.



Um trecho impagável de "O Artista Sério", de Ezra Pound, 1913:


"Há também vários tipos de clareza. Há a clareza do pedido: Mande-me quatro libras de pregos de dez centavos. E há a simplicidade sintática do pedido: Compre-me um Rembrandt do tipo que eu gosto. Este último é um criptograma perfeito. Pressupõe um conhecimento da pessoa que fala mais complexo e mais íntimo que quase ninguém chega a adquirir sobre quem quer que seja. Tem quase tantos significados quantas as pessoas que o possam pronunciar. Para um estranho, não transmite absolutamente nada.
O trabalho quase constante do artista da prosa consiste em traduzir este último tipo de clareza no primeiro; dizer: 'Mande-me o Rembrandt do tipo que eu gosto' nos termos de 'Mande-me quatro libras de pregos de dez centavos'".
(In A Arte da Poesia - ensaios de Ezra Pound. SP: Cultrix, 1976, p. 68.)


Não explica Shakespeare?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Última estrofe do soneto XXII, Caelica (pub. 1633), Fulke Greville

(foto tirada na seção de obras raras da Universidade de Michigan, em 2007)



Was it for this that I might Myra see?
Washing the water with her beauties, white,

Yet would she never write her love to me:

Thinks wit of change while thoughts are in delight?

Mad girls may safely love as they may leave:
No man can print a kiss; lines may deceive.



Myra-Lua lava as águas com sua brancura?
(Lavando as águas com suas belezas, pratas)
Ofélia pálida (Fair Ophelia) lava a água: mergulho de morte?
(Lavando a água com suas belezas, alva)
Puro símbolo mallarmaico (Lírio!):
(Lavando as águas com suas belezas - branco!)

Eis a agudeza seiscentista...




segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Sábio como as serpentes; inocente como as pombas

(tirada na seção de obras raras da Universidade de Michigan, 2007)


Vejam o emblema de John Donne, no topo da gravura: "Be wise as serpents / But innocent as doves".

Montaigne: "Não há, afinal, nenhuma existência constante, nem a de nosso ser nem a dos objetos; e nós, a nossa opinião, todas as coisas mortais, enfim, passam sem jamais parar. Nada se pode, portanto, estabelecer com segurança, e tanto o julgador como o julgado vivem em permanente mutação e movimento" (Essais, pub. 1580)


Quando perdemos a flexibilidade lateral desses caras?

("keep on rockin' in the free world...")