segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Ezra Pound, tela de Wyndham Lewis, 1938–39.



Um trecho impagável de "O Artista Sério", de Ezra Pound, 1913:


"Há também vários tipos de clareza. Há a clareza do pedido: Mande-me quatro libras de pregos de dez centavos. E há a simplicidade sintática do pedido: Compre-me um Rembrandt do tipo que eu gosto. Este último é um criptograma perfeito. Pressupõe um conhecimento da pessoa que fala mais complexo e mais íntimo que quase ninguém chega a adquirir sobre quem quer que seja. Tem quase tantos significados quantas as pessoas que o possam pronunciar. Para um estranho, não transmite absolutamente nada.
O trabalho quase constante do artista da prosa consiste em traduzir este último tipo de clareza no primeiro; dizer: 'Mande-me o Rembrandt do tipo que eu gosto' nos termos de 'Mande-me quatro libras de pregos de dez centavos'".
(In A Arte da Poesia - ensaios de Ezra Pound. SP: Cultrix, 1976, p. 68.)


Não explica Shakespeare?

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